Cabide de molambo

De João da Baiana, esse samba foi gravado por Patrício Teixeira em janeiro de 1932 na gravadora Odeon, e também por Emilinha Borba em 1949, e ainda pelo próprio João da Baiana, no disco Gente da Antiga, Odeon 1968.

Meu Deus eu ando com sapato furado
Tenho a mania de andar engravatado
A minha cama eh um pedaço de esteira
É uma lata velha que me serve de cadeira

Minha camisa foi encontrada na praia
A gravata foi achada na Ilha da Sapucaia
Meu terno branco parece casca de alho
Foi a deixa de um cadáver num acidente de trabalho

O meu chapéu foi de um pobre surdo-mudo
As botinas foi dum velho da Revolta de Canudos
Quando saio a passeio as almas ficam falando
Trabalhei tanto na vida pra você andar gozando

A refeição é que é interessante
Na tendinha do Tinoco, no pedir eu sou constante
O português meu amigo sem orgulho
Me sacode um caldo grosso carregado no entulho

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